Liquefeito.

Transitório, em fluxo, mutagênico, constantemente incostante, que mais pode caber aqui, na mais irreal das realidades, o homem.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Erros e incompreenções en Nietzsche. 1-parte


Não são poucos aqueles que mesmo sem compreender o autor de forma adequada o seguem fielmente, e outros tantos e não menos numerosos que o desdenham por incompreensão e ou uma visão parcial associada tanto a estética agressiva de seus textos quanto a suas afirmações de teor cáustico.

O propósito deste pequeno artigo é iluminar algumas destas incompreenções e aprofundar de forma despretenciosa o conhecimento de leitores leigos de Nietzsche.

A CRÍTICA DA MORAL.

Podemos dizer que este é o ponto central da maioria das diversas obras do autor. Sua crítica a moral de sua época e por conseguinte à moralidade platônico-cristã é devereas ácida e de um tom beligerante:

"não sou homem sou uma dinamite"

"Derrubar ídolos - isso sim, já faz parte do meu ofício."

"Sim, eu sei de onde venho!
insatisfeito como o fogo
ardo para me consumir.
Aquilo em que toco torna-se flama,
Em carvão aquilo que abandono:
Sou fogo com certeza."

Sua estilística litarária é proposital, tem a função de chocar, de quebrantar, destruir, derreter todos os sólidos morais e mostrar que a grande maioria daquilo que se tinha como rocha firme, não passava de gelo.

A morte de Deus.



Eis um ponto útil ao início da exposição, este é comumente um ponto de choque e incompreensão do autor, é preciso frisar isto, Nietzsche não mata Deus, ele diagnostica sua morte, assim como o médico ele diagnostica a morte de Deus morto pelos homens, em Gaia ciência, aforismo 125:



O homem Louco.


"Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma lanterna e correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: “Procuro Deus! Procuro Deus!”? – E como lá se encontrassem muitos daqueles que não criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada. Então ele está perdido? Perguntou um deles. Ele se perdeu como uma criança? Disse um outro. Está se escondendo? Ele tem medo de nós? Embarcou num navio? Emigrou? – gritavam e riam uns para os outros. O homem louco se lançou para o meio deles e trespassou-os com seu olhar. “Para onde foi Deus?”, gritou ele, “já lhes direi! Nós os matamos – vocês e eu. Somos todos seus assassinos! Mas como fizemos isso? Como conseguimos beber inteiramente o mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte? Que fizemos nós ao desatar a terra do seu sol? Para onde se move ela agora? Para onde nos movemos nós? Para longe de todos os sóis? Não caímos continuamente? Para trás, para os lados, para a frente, em todas as direções? Existem ainda ‘em cima’ e ‘embaixo’? Não vagamos como que através de um nada infinito? Não sentimos na pele o sopro do vácuo? Não se tornou ele mais frio? Não anoitece eternamente? Não temos que acender lanternas de manhã? Não ouvimos o barulho dos coveiros a enterrar Deus? Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está morto! Deus continua morto! E nós o matamos! Como nos consolar, a nós, assassinos entre os assassinos? O mais forte e sagrado que o mundo até então possuíra sangrou inteiro sob os nossos punhais – quem nos limpará esse sangue? Com que água poderíamos nos lavar? Que ritos expiatórios, que jogos sagrados teremos de inventar? A grandeza desse ato não é demasiado grande para nós? Não deveríamos nós mesmos nos tornar deuses, para ao menos parecer dignos dele? Nunca houve ato maior – e quem vier depois de nós pertencerá , por causa desse ato, a uma história mais elevada que toda a história até então!”

A morte de Deus não é tratada por Nietzsche com descaso, todo o sentimento de "progresso" e confiança no potencial humano que desde o iluminismo dentre outros promove a morte do "imortal", isto nos leva a um paradigma, nos eleva a um problema moral, nós agora, somente nós e sem qualquer referencial sólido devemos criar nossa moralidade, tem-se o problema do niilismo.

Por niilismo podemos grosseiramente entende-lo, lembre-se de forma resumida, como uma desvaloração, como a perda de referênciais, um sentimento de descrença em qualquer possibilidade de perspectiva futura.
A morte de Deus cria vários problemas, mas não é razão ainda para desepero, o advento do niilismo provocado em parte pela própria moralidade cistã possibilita um novo conflito e uma nova saída, nos obriga a uma revaloração de todos os valores à uma reanálise destes visto a inexistência da figura divina. É aqui que entra o personagem profético de Nietzsche o Zaratustra que apresenta o além-homem, um homem dentre outras coisas capaz de criar valor, livre da moral em sentido pleno pois é agente pleno, homem de moral nobre capaz de afirmar sua vontade de poder.

5 comentários:

Unknown disse...

Muito esclarecedor e auxilia o leitor desatento! Parabéns!

Unknown disse...

Muito esclarecedor e auxilia o leitor desatento! Parabéns!

Unknown disse...

Muito esclarecedor e auxilia o leitor desatento! Parabéns!

sagittariusdagher disse...

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